15.2.10

Teoria da Inocência

A menina acabara de perder seus pais. Estava pálida, estática. Seus olhos haviam inchado. Por um segundo, pensei que iam explodir. Ao invés de lágrimas, escorria sangue. Doentio.
Ajoelhou-se como se jogasse seu próprio corpo em devoção a Ele. Mas Ele quem?
Agarrou uma faca que havia no chão. Examinou-a. Era-lhe familiar o objeto. Rasgou a blusa da mãe para limpar o sangue da faca. Ah, sim! Já usara a faca antes.
Deitoiu-se no chão. Deitou-se no sangue. Em um segundo, seu vestido já não era mais branco. Virou um vestido vermelho, como sempre quis. No entanto, seus pais a diziam que era uma cor doentia aquela. Mas nao seria a menina doentia?
Agora, num ato insano, beijara seus pais. E seus lábios ficaram vermlhos-sangue - que nem uma mocinha.
Fechou os olhos. Começou a se balançar para frente e para trás. Sussurrava uma canção. Uma canção de ninar qualquer. E ficou ali até apodrecer. Nunca mais se ouviu falar nela.

11.2.10


Me lembro bem, era a primeira vez que te via daquele jeito. Me apertou o coração, deram-se nós, vários deles.
Foi quando voce sorriu que meu coração me engasgou. Queria ser vomitado a todo custo, e por mais que eu quisesse, me contive.
Dai entao, nunca mais te vi sorrir. Seu coração parou de bater.
Hoje, eu queria dar algum jeito de pedir pra voce voltar. Pra implorar pra voce voltar. Pra apenas fazer voce voltar.
Eu te amo muito.
Só quero salvação. Só isso. Por favor.

10.2.10

Calmamente,

Senta-te e espera:
Sobre o teto que te guardas,
Sob o quarto que te escondes,
Sobre a vida que te aguarda.