20.8.13

E eu te amei tanto e por demais que, na minha fé, isso foi um pecado que os santos até hoje me execram. E ainda eu choro dentro do meu peito quando eu ouço o teu como se ele encostasse nas minhas costas e eu te sentisse todinho dentro do meu espírito. E aqui de do centro do meu corpo dói, dói, dói... Ai, meu Deus! Quem me dera poder renascer durante três dias e morrer por fim no terceiro e sentir analgesia dentro dos meus olhos...

4.8.13

Eu é prefiro me sentar aqui neste lugar - que é meu! - e esperar até que o Sol morra de fadiga! Foi aqui, neste banco que tem o assento corroído pelo infortúnio do tempo e pelos cupins que eu vi o meu corpo dilatar-se. Foi neste banco, que já tem as pernas bambas de carregar-me em cima todos os dias que eu vi amanhecer um espetáculo e que hoje queima-se com olhares de quimera - e por isso daqui eu não saio! Deste canto que Deus, nosso Senhor, me deu de presente e que hoje honra a palavra da fé dos homens eu não arredo! Nem que destrocem, nem que dilacerem todos escapes, eu permaneço estático. Nem mais memória, nem mais ideia, nem mais pensamento - me queimaram todos, cartela atrás de cartela. Este banco é tudo que me resta. Eu, com o nada que me lava as mãos, mantenho-me compadecido com aqueles que não se compadecem. E queria poder estar vivo no dia que todos puderem se compadecer.