25.1.19

Li, pela primeira vez, as coisas que escrevi.
Reli, também, pela primeira vez, as coisas que escrevi.

E todas elas parecem um prelúdio para ti, que é o da vez,
como pareceram um prelúdio para os que vieram antes de ti, mas que me ocuparam tanto quanto.

eu não te aguento mais. eu quero te esquecer, assim como eu esqueci de todos os outros.
e quero te escrever como se fosse alguém muito distante, do meu passado, que me agoniou mas que hoje eu até consigo sentir saudades.

não apareça, não me chame, não fale de mim...
que daí eu faço a minha parte de nunca mais querer te ver na vida.

7.1.19

Já são seis ou sete cantos nessa Odisseia e ela não parece nem perto do fim.

O cavalo de madeira era você, mas fui eu:
Gregos e Troianos, golpeando uns aos outros, mas era eu, Grego e Troiano.

Talvez mito melhor para ser usado aqui seja o de Pandora, mas não, não vem ao caso,
afinal, Pandora não é Ulisses.

porque eu fiquei em Troia.
Hécuba, me lamentei.

mas eu também saí de lá e enfrentei aventuras terríveis e todos os monstros eram você, quando resolvia dar as caras.

a diferença é que eu não sou heroi e nem guerreiro: virtuoso, corajoso, forte, viril.
eu sou tão frágil quanto uma gaivota,
mas não quero misturar muito as coisas, afinal, nem escrever eu sei direito.

só que tenho certeza que Ulisses voltou pra casa e ah, me espera,
eu vou voltar.