19.8.12

Você estará fadado a viver com a ausência.

10.8.12

É complicado filtrar as certezas das purezas enquanto as patologias não forem, de fato, patologias e as utopias forem, de fato, utopias. Vejo esse menino feio e grotesco e oferecem a ele uma bituca de um cigarro acesa como se dissessem esta é a sua dor, fume-a; a tua dor é agora mérito de consumo e não mais sequer uma simples poesia banal e o menino arranca o cigarro e leva-o à boca desesperado e ansioso, puxa a fumaça e - ele não sabe tragar...! - agoniza num lacrimejante ataque de asfixia até que arranha a garganta por clemência e esta mesma clemência ergue sobre o menino um problema lógico matemático que logo ele abraça e tenta resolver um problema que não tem solução e o menino chora um choro fino e agudo de criança birrenta que quer porque quer a solução do problema. Até que a morbidez lhe diz assim: "Este copo contém fel. Este fel é a vivência além da sobrevivência e ele é a tua solução." e o menino bebe o fel num gole e vê o teu espírito exaurir-se a tua alma vomitar-se e o teu corpo moribundo cair na (por) Terra.

7.8.12

(do pensamento que nem eu consegui entender)

De que a Utopia é o ceticismo disfarçado do contrário, eu já entendi, mas é só que eu não consigo compreender a Fé na tua plenitude mais sublime e, afinal, de que é feito o credo senão de ufanismo? Este mesmo credo que é a epifania da treva é também a morte completa e lenta da alma. Credo, ai, o credo é o aconchego do espírito e o alívio das vítimas que não seriam vítimas se não quisessem... A premissa, pois, é verdadeira, o conforto ataca cada micromolécula da alma e digere os espíritos bons em lentidões das mais lentas - e aí resta pouco, muito pouco...

1.8.12

Tu me arrancaste os olhos e as vontades - apenas para esfregar na cara dos teus inimigos que, sim!, tu es amado pelos mais parvos seres! E, pois atitude tão repugnante - expor-lhes um bibelô hediondo - como ainda eu posso não esquecer do teu abraço e do cheiro dos teus casacos tão claramente? . "E acontece que eu ainda sou babaca, pateta e ridículo o suficiente para estar procurando O verdadeiro amor." Dama da noite, Caio F Abreu