10.8.12

É complicado filtrar as certezas das purezas enquanto as patologias não forem, de fato, patologias e as utopias forem, de fato, utopias. Vejo esse menino feio e grotesco e oferecem a ele uma bituca de um cigarro acesa como se dissessem esta é a sua dor, fume-a; a tua dor é agora mérito de consumo e não mais sequer uma simples poesia banal e o menino arranca o cigarro e leva-o à boca desesperado e ansioso, puxa a fumaça e - ele não sabe tragar...! - agoniza num lacrimejante ataque de asfixia até que arranha a garganta por clemência e esta mesma clemência ergue sobre o menino um problema lógico matemático que logo ele abraça e tenta resolver um problema que não tem solução e o menino chora um choro fino e agudo de criança birrenta que quer porque quer a solução do problema. Até que a morbidez lhe diz assim: "Este copo contém fel. Este fel é a vivência além da sobrevivência e ele é a tua solução." e o menino bebe o fel num gole e vê o teu espírito exaurir-se a tua alma vomitar-se e o teu corpo moribundo cair na (por) Terra.

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