7.7.20

Zero propósitos
E um olhar assim mais ou menos vazio,
mas que no mesmo tempo que olha pra esse nada esbranquiçado
vê, imagina e contempla uma guerra, uma explosão atômica que atinge metros e metros de terra

Terra
outra hora fértil
mas que neste exato minuto está assolada pela maior crise de escassez que uma vida humana já viu

Eu queria saber escrever
eu queria saber criar essas fantasias malucas que muita gente cria
mas eu queria criar pra mim primeiro - talvez só pra mim mesmo - ninguém precisa ver as frutas que eu planto não

Quem sabe só pra ter essa sensação ludibriada de bater o dedo no teclado - ou a caneta no papel, para os poéticos saudosistas - e sair das terras podres que às vezes nos tornamos.