26.12.10

Eu e você assim de perto dá. Pr'eu me perder de vez nas suas tintas. Me dê uma noite, um pouco da manhã... Só pr'eu sacar se os olhos mudam de cor.

Olhos vermelhos

Por ora, quis me tacar à eternidade e ao universo, apenas pelo prazer de conhecer a escuridão e ver nela, com meus próprios olhos vermelhos de tantos sentimentos, as cores que não se pode ver. Quis nadar literalmente nas trevas, quis arrancar minha roupa toda e ficar nu a sós e em paz. Meu querer foi se deteriorando na medida em que via meus olhos, aqueles vermelhos, se curarem da dor que os fiz passar. Dor, essa, que volta, sempre volta... Com ela, volta a vontade de me jogar. E flutuar nu na vazia e calada da escuridão (claro, com meus olhos inchados...)

22.12.10

Once my mom told me that cotton candy could be made of lullabies. I knew that that was impossible - how could I possibly eat something that my mother sang to me so I could sleep? I only understood what my mother wanted to say when I grew up: sweet lullabies feed our dreams.
Me privei de certo privilégio e vivi um ano muito bem sem ele. Agora, ele decide querer voltar e machucar o meu coraçãozinho que estava quietinho no canto dele...

21.12.10

Even though heroes are weakened by our fever, they'll carry on. Carry on because they are strong. Steady as a rock.

- Perhaps?

19.12.10

se ser forte é sempre esconder as proprias magoas (mesmo que se corroendo por dentro, mas nunca se deixando cair) pra sempre atentar as dos outros - por achá-las mais importantes -, entao eu sou a pessoa mais forte do mundo...

17.12.10

Dear heart,

I told you thousands of times 'no!'. Nevertheless, it seems that you want corrode me inside. You want to test me just for the pleasure to check how I can bear. I'm telling you: Not love. Never love!

- I'm weak, I can't.
Constantly reminding my heart that it sucks. Constantly reminding it to stop leaning to love. Never lean to it! I tasted its rejection. My god, it's bitter.

- Quite Queer, Indeed.

16.12.10

Gloria,

We lied, we can't go on. This is the time and this is the place to be alive.

15.12.10

I'm twisted up somewhere I cannot identify where exactly. For all I know, I have been feeling stupid, silly and distasteful. Need to find out as soon as possible what to do and not let it get stucked somewhere I know I won't be able to get out. Seeking for answers seems to be useless. I just have to go on living my life and finding the answers out of the blue. That's what I need.

14.12.10

We didn't know we couldn't go.
The circus song just carried on.
Out of the crowd, three men rush out
And scream and shout: "EVERYBODY STOP!"
Se você for,
Mas só se você for,
Vê se volta logo...
E não me deixa chorar baixo por ti, meu bem
Que eu quero te ver sempre,
Que eu quero te ver sempre...

13.12.10

The Unbearable Lightness of Being

But they only laughed again. "Needing to pee is perfectly normal!" they said. "You'll go on feeling that kind of thing for a long time yet. Like a person who has an arm cut off and keeps feeling it's there. We may have not a single drop of pee left in us, but we keep needing to pee."

12.12.10

- Mommy... When someone tells you that everything is gonna be alright, is it always true?
- Don't know, son. Why is that?
- I had a dream yesterday. A dream that an angel came to me. It was so beatiful, mommy.
- That's gorgeous, son. But what does it have to do with your first question?
- So, the angel came to me. I had wide white wings. It shinned blindly. He saw I was sad... Then, he told me that everything was gonna be alright.
- Why were you sad, son?
- Dunno, mommy. Do you know?
- How would I know?
- You are my mommy.
- That doeasn't mean anything.
- Mommy?
- Yes.
- Do angels exist?
- They exist if you want to.
- So I'm going to meet with the angel I met last night. I wanna talk to him better.
- Ok, son. Now it's time to sleep. Sleep tight, sweetheart.
- Thanks mom. Tomorrow I'll tell you more about the angel.
- OK.

Quite Queer

Everything fits in as if it were a puzzle. Quite queer, indeed.

6.12.10

is willing to cry for something really silly a sin?

Bitterness

I tried to take it off my mind. I tried to forget it using all the methods someone could have ever imagined. However, it is still inside me. Not a single drop of it is out. Had I known it would be this bitter, I wouldn't have tasted it. I wouldn't have tasted it at all. Sometimes, I just hate being here...

- So much more dismay in empty eyes.

27.11.10

The Hiker

It was a dark freezing cold night. Those nights when the sky is black and Earth is white, covered up by clear snow. He'd already been wandering around for hours, and nothing. I mean, he wasn't looking for something in special (it could be said that he wasn't searching for nothing at all), but a sign of life'd be good. He sat on a rock after sweeping out the snow that was on top of it. Suddenly, he saw a very shiny glow on the sky. It wasn't the moon... And it couldn't be a star as the glow was crawling torwards him. He wanted to touch it. He wanted to have it for his own. So he waited a little longer just to see if he could grab that beautiful thing in the sky. It didn't seem it was going to arrive to his hands so soon after some time waiting. It finally got to Earth, it landed on the snow. The man looked at it, grab it with his hands and appreciated, for some minutes, its beauty. After that, he threw the glow back in the snow and kept on walking without an aim, just... Walking.

17.11.10

O legal é quebrar o tabu e a formalidade, mas, se todos os fizerem, ai nao é mais legal.

14.11.10

You shouldve been, I couldve been a better son

30.10.10

We like eating at Kentucky Fried Chiken!

Not

26.10.10

Cheshire Cat

You see, a dog growls when it's angry, and wags its tail when it's pleased. Now, I growl when I'm pleased, and wag my tail when I'm angry. Therefore I'm mad.

Nota:

Me esqueça por um dia e,
antes que reapareça,
tenha certeza de que eu desapareci...

(por completo)

sleep tight

to me.

Respectfully.

15.10.10

Pancake recipe

Grab the preapared dough and, to soften it, throw it several times on the wall untill it gets as soft as necessary. After that, make the dough penis-shapped and bake it in the oven. Eat it with condensed milk.

14.10.10

What if it is?

Phantoms always protect me from the pure-evil angels. I asure you that, we can go to sleep now, have sweet and sugary nightmares.

- That's not the way it was supposed to be.

13.10.10

A culpa

Ter algo tão consumista é um fato curioso. Se eu pudesse, criaria barreiras inquebráveis para não ser consumido e, por instância, devorado por algo tão abstrato. De fato, como algo tão curioso pode ser, ao mesmo tempo, tão maléfico? É uma palavra forte, observa. É uma coisa muito... curiosa.

- A plack that reads 'Here lies Poor Old Jack' .

28.8.10

Lacrymosa

Lacrimosa dies illa, qua resurget ex favilla judicandus homo reus. Huic ergo parce,Deus. Pie Jesu, domine dona eis requiem. Amén

17.8.10

Nota:

A coragem é um abismo para os fracos.

12.8.10

Mama

Mama, we all go to Hell.
Mama, we all go to Hell.
I'm writing this letter and wishing you well:
"Mama, we all go to Hell"

...

13.6.10

Paz

Eu procuerei tanto, mas tanto que eu acabei desistinto. Leva, talvez, algum tempo pra se perceber que é possível e perfeitamente viável viver sem ela. O único problema é que às vezes dói, não vou mentir. No fim, a paz é dispensável...

26.5.10

Peça sobre o enterro de José e Maria

Cena 2 - O enterro de José e Maria

Marcha fúnebre. Entra o elenco. Dois caixões, um pra Maria e outro pra José
Monica entrando - Ai, desculpa. Tô atrasada! Que foi que perdi?
Amoroso - Tamo zelando pelos dois...
Monica - Quem?
Amoroso - José.
Monica - Marido de Maria?
Amoroso - Sim.
Monica - De quem é o outro?
Amoroso - Maria.
Monica - Esposa de José?
Amoroso - Sim.
Monica - De que morreram os dois?
Amoroso - A mulher foi de aborto...
Monica - Mas estava grávida?
Amoroso - Acho que nem ela sabia viu...
Monica - E ele?
Amoroso - Acho que foi doença...
Monica - Da vida?
Amoroso - Pelo jeito era peste mesmo.
Monica - E tava sofrendo o coitado?
Amoroso - Nem sei. Num dia tava bom, no outro tava defunto já.
Monica - Acho que nao sofreu então.
Amoroso - Pelo jeito acho que não... Agora xiu, Monica, que o padre tá entrando.

Peça sobre o enterro de José e Maria

Cena 1 - A morte de José e Maria

Mercado. Entra Maria pedindo ajuda

Maria (aflita) - Socorro, socorro, me ajude, alguém! Ninguem? Ai meu deus... Damião! Bom amigo, me ajude, por favor!
Damião - Mas o que foi dona Maria? Viu o diabo e se assustou com os chifres?
Maria - Damião, me ajuda, urgete.
Damião - Mas desembucha logo se é tão urgente quanto você fala!
Maria - O José! Tá pra morrer! Vim pedir ajuda! Que faço?
Damião - Mas o que houve com seu José?
Maria - Tá sangrando. Muito! No começo achei que era uma ferida! Mas não é! Rápido Damião, tá jorrando!
Damião - Que faço eu dona Maria? Num sou médico! De que serviria?
Maria (ao chão) - Por favor Damião! (Chorando) Por favor! (Com dor) Pelo amor de deus!
Damião - Mas dona Maria? Que posso fazer? Não há nada!
Maria (morrendo) - Ajuda (morre)
Damião - Dona Maria? Jesus, meu São Cristin! OOOh! Amoroso, ajuda aqui! Rápido (aflito) Num morre nao dona Maria! Se levanta!
Amoroso - Já era...
Damião - Ah, Jesus!
Amoroso - Mas o que houve com dona Maria?
Damião - Veio pedir ajuda pro marido e agora ta aí! Ai jesus, meu São Critóvão, que eu faço?
Amoroso - Não há nada mais a fazer, Damião. Vamos avisar a cidade e marcar o enterro...
Damião - É... Acho que é o que nos resta a fazer.

25.5.10

Isabella Venceslau Barbosa.

"saudade é um pouco como fome. só passa quando se come a presença. mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida.."

quando a saudade consume, ou mesmo quer ser consumida, nos deparamos, por vezes, com montes. se pudéssemos usar saudades no plural, diríamos que os montes de saudadeses nunca sao completamentes cessados. Quando eles vêm, ficam nos corroendo como puderem. O jeito é conviver com eles ao nosso lado. Fazer deles, amigos, por mais que nao queiram. Isso quer dizer que nunca olhemos para alguem como aquele pedaço que falta por que foi embora. E sim como o pedaço que te completou por certo tempo enquanto estava contigo. É exatamente o que faço. Mas ainda sim, tenho muitas, muitas saudades.

17.5.10

it was late midnight, they were both hot, so what the fuck, they screwed right there, in hell's name.

15.5.10

Mião

Morava em frente ao Mião. Um molecote pervertido que treparia com qualquer um - tanto homens e mulheres - que aparecesse à sua frente. O fedelho morava sozinho, tinha sido expulso de casa por seu pai ao descobrir que o menino tinha doença... Alguma coisa muito obscura naquela epoca de 1930. Tinha lá seus 18 anos - um tanto jovem pra tar morando sozinho -, alto que nem o cão, olhos azuis e cabelos grandes e encaracolados. Era bonito o menino se nao fosse pela gonorreia que o atacava.
Certa vez, enquanto conversava com um vizinho da rua, ouvi gritos vindo da casa na frente. Nao vi ninguem entrar lá... Acho que era Mião sofrendo da doença. Provavelmente sangrando, já que o diabo assolava aquela casa.
Ninguém ousava falar com ele. A não ser pelas putas que comia e os meninos que estuprava. Achamos uma época que era doente. Mas nos acostumamos. De vez em quando, uma arrumadeira ia cuidar do menino. Das primeiras vezes ficou assustada com tanto sangue. Mas se acostumou. Nós todos nos acostumamos. Se não nos fazia mal o garoto, então nao faríamos mal a ele.

Três dia após ouvir da morte de seu pai, Mião sofreu alguma coisa que desconhecíamos e acabou indo pro hospital. Só vimos a ambulância passando. Assilda, vizinha nossa que tinha parente no mesmo hospital, nos disse que o menino gritava tanto que desesperava. De seu pênis saia pus e sangue, dizia Assilda. E pensavam que era fatal o que tinha.
Não foi. Duas semanas depois vimos o garoto andando na rua mais uma vez. Malandro que só traçou uma rapariga no mesmo dia que saiu do hospital. Não tinha jeito.
Deduzíamos quantos filhos tinha.
- Ja comeu a Jandira do 333. Além de umas 20 vadias... Deve ter no mínimo uns 8 filhos.
Se eram meninos ou meninas não sabíamos. Mas oito filhos prum moleque vedio de 18 anos é muito.

Nunca o vimos pegar num livro nem nunca o vimos ir a escola. Devia ser analfabeto. Como ninguém de nós ousava falar com o menino, não sabíamos se falava o português certo.

Mião era o vadio da rua.

5.5.10

?

Tinha uns olhos profundos tais quais precipícios que pensamos em jogar-nos ou um outro qualquer quando queremos o mal alheio (inclui-se 'nós' em alheio, nao esqueçamos). Era exatamente isso que sentia. Mas nao aos olhos propriamente ditos... Ao todo, à fera, aos dentes, ao busto, às costas, ao monstro. Sabia que nao era um monstro físico. Mas podia crer que era um encarnado em corpo de gente. Maior que as trevas podiam suportar, o mandaram ao mundo humano-mortal. Ia morrer logo, uns 40, 50 anos a frente. Mas era tentador. Perigoso. Podia sentir a adrenalina subir. Nunca fizera algo tao surpreendente antes. Seria a primeira vez, se decidisse jogar-? no tal precipício. Era selvagem, avassalador. No fim, foi decidido que sim. E morr?.

27.4.10

El Laberinto del Fauno

Cuentan que hace mucho, mucho tiempo, en el Reino Subterraneo, donde no existe la mentira ni el dolor, vivia una princesa que soñava con el mundo de los humanos. Soñava com el cielo azul, la brisa suave y el brillante sol.
Un día, burlando toda vigilancia, la princesa escapó. Una vez en el exterior, la luz del sol la ciegó y borró de su memoria qualquier indicio del pasado. La princesa olvidó quien era, de donde venía. Su cuerpo sufria frio, enfermidad y dolor. Y al correr de los años, murió. Sin embargo, su padre, el Rey, sabia que la alma de la princesa regrsaría, quiza en otro cuerpo, en otro tiempo y en otro lugar.
Esto es un hada...

16.4.10

Pierrot, Colombina e Arlequim

Anúncio do Plebeu:

(...)
Um Arlequim fogoso e esperto,
um Pierrot apaixonado e iludido,
e uma Colombina.
Colombina por si só,
que só por ser Colombina
já basta tudo
e em tudo se encerra.

Arlequim traiçoeiro qual Juan,
amor fugaz,
tampouco amor.
Com juras e pormenores prometeu à Colombina,
num beijo roubado de vespa
Doeu os lábios da doce menina,
Que em seu corpo enterrou sua alma
E amou de desejo o efêmero Arlequim.
...

Pierrot tristonho, sem sorte no rosto,
lágrimas escondidas em esquerda face violeta.
chora seu amor impossível,
de uma colombina fantasiada
Em seu doce sonho à borboleta.
(...)

7.4.10

Future

She was pressing her baby so tight to her brest that she was taking away her own breath. She couldn't speak clearly, but some murmurs were coming out of her mouth. Something about a ghost that lived thousand of years ago. Maybe a scarry story for such a young creature although it'd never understand what that meant. Clearly the story was over and the baby was quite. No weepings could be heard. The mom placed the baby in the cot. I may've listened to the baby's sleep. And if you paid attention, you could hear the mom's death.

5.4.10

- You make wounds ooze and flash crawl.
- You make walls fall, Jack.

At all

Ahn... I am awake. Have I slept? Yeah, I have. How come? Don't know... Maybe I was too tired, or just felt like sleeping. Seriously, Am I already awake? What happened to my tiredness? Perhaps it's over. How could it be over if I am feeling tired? Possibly I didn't sleep well... Cause I wasn't feeling it before. At all.
I'll wait for you to drift off and then I'll invade your dream so we can fall in love once again.

2.4.10

In case you need it somehow, imma put this away in my pocket and keep it safe from all harm it could possibly get. No one will ever find as long as it is safe. Its importance won't go away if you don't want it to go. Just close you eyes, it's right beisde you. It'll never leave. Trust me.
Sleep tight. I've got your feelings.

16.3.10

Discurso de Alice

Não foi o tempo que me parou. Não foi a pressa que me escondeu nem a curiosidade que me enfiou onde estou. Fui eu. Quis tudo isso. De propósito. De propósito?
Onde estou? Quem é você? Vocês... São dois? E o relógio... Onde está? Louco? Só metade. Será... Corações.


E agora, onde fui parar?

9.3.10

O vendedor de sentimentos

Homem - Tem alguem ai?
Coro - Sim. Somos nós. Andantes. Hoje, paramos. Não comemos, não sentimos nem bebemos. Vivemos na eterna fome, na eterna escuridão e nunca nos saciamos. Somos todos loucos. Insanos. Há décadas. E você? Veio juntar-se a nós?
Homem - Andei milhas, quilômetros e cheguei aqui.
Coro - Sim. Sem intrusos. Não aceitamos intrusos.
Coro 1 - Sem estrangeiros...
Coro 2 - Gringos...
Coro 3 - Que seja,
Coro - SEM INTRUSOS!
Homem - Trago comida, bebida. Só não trago sentimentos...
Coro 1 - Não eram vendidos?
Coro 2 - Buscamos alguém para comprá-los...
Coro 3 - Faz tempo.
Homem - Comprar o quê?
Coro - Sentimentos!
Homem - Acham mesmo que os vendo? Que alguém no mundo os venda? Estão loucos, insanos.
Coro 1 - Se somos loucos,
Coro 2 - Insanos,
Coro 1 - Que seja,
Coro 2 - Queremos sentimentos.
Homem - E quanto me oferecem?
Coro - Por o quê?
Homem - Sentimentos.
Coro 1 - Oferecemos, quem sabe, loucura,
Coro 2 - Insanidade,
Coro 1 - Que seja,
Coro - Só queremos sentimentos!
Homem - Loucura, insanidade... Será que é bom? Viver como vocês, inertes, esperando?
Coro 3 - Não somos inertes,
Coro 4 - Esperando...
Coro 3 - Que seja!
Coro 3 - Vivemos numa busca árdua.
Homem - Parados?
Coro - Parados!
Coro 3 - E o que nos diz? Loucura por loucura?
Homem - Me parece apetitoso... Mas...
Coro - ORA, POUPE-NOS!
Coro 4 - Vai querer?
Homem - Querer o quê?
Coro - Loucura!
Coro e homem - Somos nós. Andantes. Hoje, paramos. Não comemos, não sentimos nem bebemos. Vivemos na eterna fome, na eterna escuridão e nunca nos saciamos. Somos todos loucos. Insanos. Há décadas. (para a plateia) E vocês? Vieram juntar-se a nós?

3.3.10

Imaginary

Swallowed up in the sound of my screaming - cannot cease for the fear of silent nights. Oh, how I long for the deep sleep dreaming - the goddess of imaginary light.

1.3.10

Teoria da Morte; Eternidade; Olhar

Sentou-se em sua cadeira como o homem amargurado que sempre foi. Pensava sobre sua vida. Em toda ela. Era perceptível o motivo que havia deixado o homem rabugento daquele jeito. Tinha entre cinquenta e sessenta anos. Era um tanto jovem quanto a numeros. Contudo, em seus olhos, o homem aparentava ter mais de noventa. Um olhar gasto, porém fixo. Raramente piscava os olhos. Era determinado.
Encostou a cabeça na cadeira. Dizem que, ao morrermos, temos direito de vermos toda nossa vida, pontuar o certo e errado. O homem fechou seus olhos - tudo desequilibrava ao fazê-lo, parecia. Pensou em sua vida, não pontuando nada de errado. Ao abrir os olhos, viu um anjo. Era um anjo de olhos iguais ao do velho, apesar de nao aparentarem cansados.
Aos olhos do velho, uma cena maravilhosa que o fez acreditar que era um sonho. Desviou os olhos do anjo. O anjo desviou os olhos do velho. E direcionou seus labios aos labios do velho. Deu-o um beijo suave na boca. Foi assim que disse:
- Morte.
Pegou na mão do velho e o deu para a enternidade.

15.2.10

Teoria da Inocência

A menina acabara de perder seus pais. Estava pálida, estática. Seus olhos haviam inchado. Por um segundo, pensei que iam explodir. Ao invés de lágrimas, escorria sangue. Doentio.
Ajoelhou-se como se jogasse seu próprio corpo em devoção a Ele. Mas Ele quem?
Agarrou uma faca que havia no chão. Examinou-a. Era-lhe familiar o objeto. Rasgou a blusa da mãe para limpar o sangue da faca. Ah, sim! Já usara a faca antes.
Deitoiu-se no chão. Deitou-se no sangue. Em um segundo, seu vestido já não era mais branco. Virou um vestido vermelho, como sempre quis. No entanto, seus pais a diziam que era uma cor doentia aquela. Mas nao seria a menina doentia?
Agora, num ato insano, beijara seus pais. E seus lábios ficaram vermlhos-sangue - que nem uma mocinha.
Fechou os olhos. Começou a se balançar para frente e para trás. Sussurrava uma canção. Uma canção de ninar qualquer. E ficou ali até apodrecer. Nunca mais se ouviu falar nela.

11.2.10


Me lembro bem, era a primeira vez que te via daquele jeito. Me apertou o coração, deram-se nós, vários deles.
Foi quando voce sorriu que meu coração me engasgou. Queria ser vomitado a todo custo, e por mais que eu quisesse, me contive.
Dai entao, nunca mais te vi sorrir. Seu coração parou de bater.
Hoje, eu queria dar algum jeito de pedir pra voce voltar. Pra implorar pra voce voltar. Pra apenas fazer voce voltar.
Eu te amo muito.
Só quero salvação. Só isso. Por favor.

10.2.10

Calmamente,

Senta-te e espera:
Sobre o teto que te guardas,
Sob o quarto que te escondes,
Sobre a vida que te aguarda.

30.1.10

Everybody's fool

Perfect by nature. Icons of self-indulgence - just what we all need.
Pelos passos (e ante passos) que dei, por aqui paro. Me desculpem. Adeus.

22.1.10

Liberdade de Expressão

Grite até sua garganta arranhar tanto que voce nao consiga mais nem sequer cochichar. Use.
Ora, mostremos nossa falsidade. Afinal, falsidade hoje em dia é a ultima tendencia. Vamos adotar um negro, direto da África, tirá-lo de sua família para apenas socializar com meus amigos socialites. Vamos doar dinheiro para o Haiti, tadinhos. Mas um detalhe, demonstremos nossa generosidade na teve, como fez a Coca Cola. Aposto que é bom marketing. Também iremos ajudar com a AIDS na África do Sul. Hoje em dia a cura da AIDS é a fama! Vamos todos colocar sempre sorrisos na cara enquanto explodem-se bombas químicas no Iraque! Hoje, tomemos banho de banheira, mas sem hidromassagem. Vamos nos preocupar com a falta de água no mundo. Pensemos no que tweetar sobre nossas boas ações enquanto Miami é afundada em água. Que tal se tirarmos nossas tropas do Oriente Médio? Mas claro, depois de retirar todo o petróleo e salvar a população matando todos. Vamos esbanjar falsidade, dar o Nobel da paz para o presidente de um país que matou milhões. Afinal, futilidade hoje em dia é a ultima tendencia.

17.1.10

Goodbye from nowhere

The wild snow made me grow tired of it. It killed my family, my friends and my soul. Now, the only thing left is this horrible orphanage. If I scape from here again and they find me, this means I'm dead. So, I'm taking note. To make my mind feel alive. That's it. Goodbye.

13.1.10

I've bought some new archive drawers to place my thoughts. Now, it's on me in which way i'm going to organise them. I barely know how I will do it, although i have some good ideas.

8.1.10

- Erm... Desculpe senhor, mas eu tenho um problema.
- E qual seria? - disse algum tipo de oficial a pobre senhorita, num tom impossivelmente mais ríspido.
- Eu trouxe duas malas no ônibus... E aparentemente só encontrei uma.
- Uhm... Senhorita, não há mais nenhuma mala dentro do ônibus. Você deve ter deixado em casa.
- Não. Isto... Isto seria impossível. Eu preciso daquela mala aqui. Você não entende. Eu tenho certeza que a trouxe.
- Senhorita, não há nada que eu possa fazer, desculpe.
- Escute... Você não compreende. Eu trouxe. Tenho a maior certeza do mundo. Como você garante que... Que o porta-malas abriu e minha mala ficou para trás?
- Se o porta-malas estivesse aberto, mais malas teriam caído. Com licença, senhora, você está ocupando meu tempo.
- Senhor, vocês são responsáveis pelos pertences dos passageiros enquanto eles estão no poder de vocês...
- Senhora, não somos responsáveis por bagagem que nunca, se quer, entraram no veículo! - disse o oficial gritando.
- Senhor, por favor, me ajude! Eu preciso daquela mala.
- E o que há de tão importante lá?
- Minhas lembraças, meu filho falecido, meu marido assassinado, restos da minha casa... Minha vida! Senhor, por favor, eu lhe peço! Me ajude, me ajude, me ajude... - implorou a senhorita caindo em prantos, soluçando. Aos olhares dos de fora, diriam que ela estava literalmente morrendo de chorar.
- Senhorita, você está louca.
- Escuta aqui, - apontou o dedo e agora começara a ameaçar o policial - minha vida já foi muito desgraçada para um policialzinho de uma rodoviaria mediocre tirar tudo o que eu tenho de boas lembranças dela! Me deixem passar. Parem esse ônibus! - a mulher agora tentava ultrapassar o portão da plataforma, para poder recuperar sua mala.
O policial, comovido, correu atrás da mulher. Agarrou-a com tanta força, jogou-a no chão, e com um suspiro maléfico, pos-se a espancar a mulher. E com tanta força o fez, que esta começou a sangrar em questão de segundos. Depois de muito espancar, deixou a pobre mulher gemendo no chão da rodoviária, como se fosse um cão preseter a morrer. Quem passava pela mulher pouco se importava com todo aquele sangue no chão ou com os gemidos da pobre moça. Apenas passava reto, apressado.
Após alguns segundos no chão, a mulher, com suas últimas forças, gritou. Soltou um grito de desespero, de dor. Foi quando começou a chorar. E sem mais, morreu naquele chão da rodoviária. Ninguém se dignou a tirar o corpo de lá. Nem se dignará.