14.12.13

Se eu te encontrasse hoje, tipo, sei lá, no meio da rua, sentado no ponto de ônibus eu fugiria com os olhos e quem sabe dirigiria algumas palavras. Mas só palavras. Porque eu ainda penso de vez em quando nos tempos áureos que se passaram faz pouco tempo. Talvez forçasse um abraço, só pra sentir de novo teu peito inchando e esvaziando inchando e esvaziando inchando e... Talvez quisesse que tu explodisse num choro desconsolado. Que as lágrimas caíssem dos teus olhos sem atrito com a pele e molhassem o asfalto da calçada e o sol apagasse as gotas assim sem mais nem menos. E que eu te abraçasse ou te olhasse intacto dentro de mim, mas consternado fora do meu ser. E que eu pudesse dizer adeus e subir a rua. E que tu ficasse a me fitar até desaparecer em cima da ladeira, rumo ao sol ou simplesmente ao fim da avenida. E sentir que enfim eu pudesse dizer dos amores que eu tive. Orgulhoso. Em cima dos meus próprios pés.

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