4.4.11

O meu único desejo, quando criancinha, era estar em paz. Era um desejo incomum e claro que, naquela época, não o concebia dessa maneira - paz. Lembro-me que dizia a meus pais, avós, tios e tias que meu maior sonho era ser feliz, estar bem comigo mesmo. Quando meu pai, seguidor fervoroso da religião Católica, enrolava em meu pulso aquelas fitinhas as quais concedem-nos um desejo ao estourarem, sempre pedia a paz. Paz interna...
Fui crescendo. Como todos, perdi minha ingenuidade. Aquelas fitinhas, nas quais acreditava cegamente, nunca me foram úteis. Até hoje, alguns anos depois, não encontrei minha paz e nao espero encontrá-la tão cedo. Vivo conturbado internamente, misturando meus sentimentos com atitudes alheias. Vivo consumido pela raiva. Choro por ela. Não sei o que fazer de fato. Parece que não cresci para sabê-lo, ainda...

Um comentário:

  1. Muito identificável. Especialmente a parte sobre misturar os sentimentos com atitudes alheias...Qum é que nunca se sentiu dessa forma?

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