17.2.12

Dote de puta

Agora, mas só agora, eu queria que voce me comprasse - com dote de puta. E que metesse forte na minha boceta e me fizesse sentir dor, sentir raiva e sangrar de tesão. E que essa corja de cientistas hipócritas queiram me analisar e concluir que é tudo um transtorno de personalidade e qualquer outra bosta que eles inventem pra me fazer engasgar numa única pílula de antidepressivo - FILHOS DA PUTA! Pois não entendem porra nenhuma de mim. Nem de qualquer outro homem na terra. Não sou louca, não sou depressiva. Eu só fui burra e afiada. E, pois, não fui delicada e muito menos frágil: meu ombro é largo, bonitão! Eu te encarei com esse rosto deformado, dei essa cara a tapa, que você não hesitou em espancar. E não te preocupa, garoto. Eu só quero arder pra sentir ódio de você, desse teu pau frouxo e dessa cabecinha pequeno-burguesa fútil e horizontal. Mas não pensa que foi animalesco. Ou intelectual. Ou platônico. Ou qualquer merda dessas. Foi burrice. Amor de covarde. Hipócrita. Amor de hipócrita é o que te consome. E mal sabia eu que gastei o meu alento, minha energia, meu tesão em prol de um putinho que nem falar sabia direito... Pois não se exalte, meu amor, "também vou mastigar um naco da eternidade!"

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