21.5.12

A eternidade/Solstício

Um bolo, do disforme ao conforme - farinha, leite, fermento. E café, que o amargo e o terrível tocaram-na saborosamente. Ou uma massa homogênea, sem significado ou significância - ânsia de um refluxo. O vômito. Assim sentia-se Ana, a contradição convicta de mulher forte, e que muralha era a mulher! E era enorme e era incerta e vivia embebida na era de incertezas. E nem a psicanálise, nem o mais sábio dos Merlins pôde, de fato, conhecê-la. Um dia, Joana, seu eu-alma, seu lupus, em noite de lua minguante ascendeu à eternidade e abraçou-se à Lua feito um par. E a noite era fria, era fria e era solstício. Mas para a Ana terrena, a noite foi ainda mais longa - foi eterna! Não havia morrido, tampouco definhava - apenas trocara Joana pelo antidepressivo, mas como, Ah!, como estancar a crise hemorrágica com uma única pílula?! Não era possível e aí, hoje e para sempre - jorra Ana(,) a eternidade.

Um comentário: