8.3.12

Da lucidez (das almas opostas, dos peitos conjugados, da estranha contradição entre o afeto e a loucura) ou Sem título - sem final, por suposto

Mas não tenha a certeza de que é lúcido. Pois a lucidez não diz respeito à normalidade dos homens. E, pois, também, não me procure nesta loucura mais-do-que-clichê, nem que nos atos mais mínimos. Não me sinta o afeto dos gatos e dos cães, muito menos os dos Romeus e Julietas. Faz-me odiar-te como se odeia a um vilão. Faz-me lúcida tanto quanto ti para arrancar-me de raiva os olhos vermelhos de insônia falsa, de sono falso, de sim estou bem falso. Já, porém, não é lúcido e louco o suficiente para que entre nos meus umbrais mais profundos onde resguardo as podridões da mais esburacada alma que encontrei nos entraves das ruas de uma cidade fedida?! Quero que continue achando que sabe me lidar, mesmo sem sabendo. Já disse que repudio-te com toda a minha força de mulher frágil. Frágil porque sei que digo que já te amei, já amei essa lucidez estéril e turbilhosa e esse peito ossudo e oco. E esse olhar afido

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